segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Louvre e D'Orsay

Visitar o Museu do Louvre é algo que requer treinamento físico, disposição, algum conhecimento de história e de arte, coração forte e olhos atentos. Ao chegar no pátio externo, a visão já é incrível. Para alguns a Pirâmide do Louvre é "uma cicatriz na cidade". De fato a obra destoa de tudo que há ao seu redor. Mas será que não é exatamente isso que a deixa tão interessante? A proposta do inusitado, o desconforto e a fuga do lugar comum? Bem, eu considero instigante. A visão noturna é esplêndida.... a pirâmide toda iluminada (quando estive lá, era tudo azul por conta do aniversário da Queda da Bastilha, 14 de julho), inclusive a Torre Eiffel. É muito bacana estar ali, caminhar, observar as pessoas e seus comportamentos, os olhares, a admiração.... não há quem não se renda ao glamour parisiense..rs.



O pátio externo do Louvre tem proporções incríveis. O castelo que abriga o museu por si já é uma obra de arte. Altivo, imponente, grandioso... ah..... o Velho Mundo é algo que me sensibiliza e seduz por completo. Só de caminhar por ali, já me sentia plenamente realizada. Voltei e disse aos meus amigos que adoraria passar o resto dos meus dias naquela cidade, desfrutando de todo aquele encantamento. Caminhar pelo Louvre é uma tarefa e tanto. Os corredores estão sempre abarrotados de gente de todos os cantos do mundo, os guias falam alto nos idiomas mais variados, fica a maior confusão. Em frente às obras mais concorridas (como exemplo a Mona Lisa de Leonardo Da Vinci) exposta num salão enorme dentro de uma redoma com grande aparato de segurança, tão frágil, delicada e pequenina, fica um verdadeiro oba-oba. Mona Lisa ali, detrás de sua redoma, parece assistir a tudo com certa inquietude, mas com seu leve sorriso debochado e discreto, ela certamente curte ser tão disputada..... Anos e anos, séculos e séculos, e ela continua despertando a comoção, curiosidade e interesse dos homens.



E segui avançando pelos corredores imensos, olhando muitas vezes para o teto, portais, janelas, esculturas dos jardins e pátios internos, cortinas, pisos, igualmente embevecida, tamanha suntuosidade e riqueza. O Louvre é um templo das artes, do bom gosto, da história universal. Suas galerias quase infinitas nos proporcionam uma imersão na cultura dos séculos passados. É impossível ver tudo em uma só visita. Nos subsolos, dizem, há mais obras guardadas em seu acervo do que a quantidade que fica exposta ao público. Imagina isso. Depois, tem as lojinhas com produtos da grife Louvre (até hoje me arrependo de não ter trazido o guarda-chuva da Mona Lisa, um espetáculo de lindo), tem as cafeterias e lanchonetes charmosérrimas, tudo de bom!!!



Saindo do Louvre, atravessando o Rio Sena, há o Museu D'Orsay - o complemento do acervo, com os pintores que representam as escolas de arte mais recentes que não couberam no Louvre. Gente.... sem palavras...... sou uma apaixonada por história da arte, não uma especialista, mas uma grande admiradora..... amo - simplesmente - Renoir e Monet. Quando entrei no D'Orsay, nem de longe poderia supor o que eu experimentaria por lá. Perdi o chão, faltou o ar, o coração quase parou de fato, quando me vi cercada por todas as telas originais de Claude Monet, todas aquelas que sempre estudei, pesquisei e absorvi com suas nuances, sutilezas, matizes e inspirações............... foi de arrepiar. A sensação era de que, pela primeira vez, eu podia perceber o Sagrado. Materializado, palpável e imortalizado ali naquela sala nas telas de Monet. Percebi de verdade que a Arte é a conexão direta com o Divino. Emocionada, nem me dei conta de que meu rosto estava lavado de lágrimas... Só percebi depois que os turistas ao redor me olhavam sem parar, rssssss. Saquei os óculos escuros, claro. Porque aquele momento era só meu, único, avassalador e merecia ser vivido em toda a sua plenitude. Nada na vida me tomou de forma tão intensa quanto o que senti naquela sala. Disso tenho certeza.

Avancei, depois de me recuperar de tanta emoção, para a sala de Renoir logo na sequência. Êxtase, parte 2. O que dizer, o que relatar? Estavam lá, nas paredes daquele templo ao divino, tudo que mais aprecio na vida. Minhas telas favoritas todas reunidas, em tamanho natural, com a explosão de cores e expressões que Renoir sempre registrou com tanta perfeição. Meu Deus!!! Como é bom ter bagagem e vivência para poder usufruir por completo daqueles museus. Que presente especial. O que tenho a dizer é que não deixem de ir ao Museu D'Orsay, depois da visita ao Louvre, para complementar a saga cultural. Sem a ida ao D'Orsay, a visita a Paris não é a mesma.

Como havia citado antes, minha principal descoberta:
Arte é a conexão direta com o Sagrado.

4 comentários:

  1. Ótimas fotos amiga!
    Parabéns pelo blog!
    Um beijo

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  2. vc sabia... O enigmático sorriso da Monalisa, de Leonardo da Vinci, é "uma ilusão que aparece e desaparece devido à maneira peculiar como o olho humano processa as imagens", o sorriso desaparece quando o quadro é visto de diretamente e só reaparece quando a vista é focada em outras partes do quadro.

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  3. Divina, suas fotos e textos são excelentes. Parabéns!

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  4. Adorei seu blog amiga! Depois passa lá no meu e me linka tb :)

    Bjinhos

    http://vanillascupcake.blogspot.com/

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