segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Castelos franceses, oui

Quer coisa mais interessante do que visitar um castelo legítimo, com mobiliário autêntico e história impregnada em suas paredes e corredores? Para mim, que sou aficionada em boas memórias, em artes e em glamour (mesmo que com um toque de decadência), não há nada mais adequado do que um belo passeio pelo Vale do Loire, na França, com seus imponentes "châteaux". Hum... très bien.

Vamos saber um pouco mais sobre o Vale do Loire (em francês, Vallée de la Loire) que é conhecido como o Jardim da França e o Berço da Língua Francesa. O lugar é charmosíssimo, formado por várias pequenas cidades históricas, e reúne um patrimônio arquitetônico de altíssima qualidade. Turistas de todas as partes do mundo visitam seus castelos famosos. verdadeiros monumentos culturais que contam e perpetuam a história dos ideais do Renascimento e do Iluminismo na Europa Ocidental.

Tive o grande prazer de estar nesse lugar deslumbrante no final de julho de 2008. E visitei dois châteaux: o Chambord e o Chenonceau (os dois maiores da região). O Real Château de Chambord é um dos mais conhecidos castelos do mundo devido à sua distinta arquitetura em estilo Renascentista francês, que combina as formas medievais francesas tradicionais com as estruturas clássicas italianas.


É uma construção imensa, constituída por 128m de fachadas, mais de 800 colunas esculpidas e um telhado elaboradamente decorado. Eu li que quando Francisco I concedeu a construção de Chambord, queria que se parecesse com a silhueta de Constantinopla. Tá bom para você, meu bem? Pois tem mais: o palácio é rodeado por um parque arborizado de 52,5 km² (13.000 acres) fechado por um muro de 31 km (20 milhas). Ufaaaaaaa!
Depois de tudo isso, o Rei Francisco I passou somente sete semanas no castelo, é mole? Ele morreu de ataque cardíaco, no ano que a obra foi concluída. Ninguém merece.

Vamos agora ao Castelo de Chenonceau, também conhecido como Castelo das Sete Damas? O palácio é localizado em Indre-et-Loire, na região do Rio Loire, a Sul de Chambord. Sua história está ligada à vida de sete mulheres de personalidade forte, duas delas que foram rainhas da França. Luxo, tá? Vou contar aqui as três histórias que acho mais interessantes.
Em 1547, Henrique II ofereceu o palácio como presente à sua amante, Diane de Poitiers, a qual se tornou ardentemente ligada ao château e às suas vistas em conjunto com o rio. Ela mandou construir uma ponte arcada, juntando o palácio à margem oposta.
Supervisionou a plantação de extensos jardins de flores, vegetais e árvores frutíferas. Dispostos ao longo do rio, mas protegidos das inundações por terraços de pedra, os refinados jardins foram estabelecidos em quatro triângulos. É lindo de ver!!!
Diane de Poitiers foi a inquestionável senhora do palácio, mas o título de propriedade manteve-se com a Coroa até 1555, quando anos de delicadas manobras legais finalmente a beneficiaram com a posse. No entanto, depois da morte de seu amante Henrique II, em 1559, a sua resoluta viúva e regente, Catarina de Médicis despojou Diane da propriedade.

O mais interessante é que ela gostou tanto das benfeitorias de sua rival, que resolveu dar continuidade às obras. E a Rainha Catarina fez então de Chenonceau a sua residência favorita. Ah, as mulheres.....

Como regente da França, Catarina gastava uma fortuna no palácio e em espetaculares noitadas e festas. Ela não era boba, não, sabia se divertir. E não economizava mesmo: dizem que as primeiras exibições com fogos de artifício em território francês aconteceram em seus jardins, em 1560, quando seu filho Francisco II subiu ao trono.
Com a morte de Catarina, em 1589, o palácio passou para a sua nora, Louise de Lorraine-Vaudémont, esposa de Henrique III. Em Chenonceau, Louise recebeu a notícia do assassinato do seu marido e caíu num estado de depressão, passando o resto dos seus dias vagando sem destino ao longo dos vastos corredores do palácio, vestida de roupas matutinas entre sombrias tapeçarias pretas, onde foram costurados caveiras e ossos cruzados. Nesta fase, as grandiosas festas cessaram e o palácio passou a viver numa permanentemente atmosfera de luto.
Triste, não é? A história dele reserva um monte de curiosidades, tudo bem rico e interessante. Se for contar tudo, o post fica sem fim, rs. O que importa é que ele está lá, imponente e triunfal, prontinho para receber nossa visita e posar para nossas fotos.

Um comentário: